Incêndio no Museu Nacional

04/04/2019

Segundo perito, um dos três equipamentos não possuía aterramento externo, e não havia disjuntor individualizado para cada um deles. Incêndio acabou com grande parte do acervo do museu em setembro do ano passado.

Por Daniel Silveira, G1 Rio .04/04/2019. 10h55 Atualizado há 5 meses 


A Polícia Federal afirmou nesta quinta-feira (4) que o incêndio que destruiu o Museu Nacional teve início em um dos aparelhos de ar condicionado localizados no auditório térreo do prédio de três andares. Entretanto, não esclareceu se houve ação culposa (negligência) ou dolosa (criminosa, com intenção de provocar danos).

Antes de apresentar o laudo à imprensa nesta manhã, o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, adiantou que não seria respondida à pergunta se houve ação criminosa no incêndio. Segundo ele, a investigação ainda está em curso e não há data prevista para divulgação da conclusão do inquérito.

Os detalhes do trabalho pericial foram apresentados pelo delegado responsável pela investigação, Paulo Telles, e três peritos - um especialista em audiovisual, outro em incêndios e outro em eletricidade.

A perícia descartou que o fogo tenha sido provocado por descarga atmosférica (raios), balão inflamável ou incendiarismo, que significa ato voluntário que provoca um incêndio.

A primeira etapa da investigação se concentrou em identificar onde teve início o fogo que consumiu o prédio. O primeiro passo foi registrar imagens do museu imediatamente após controladas as chamas. "Foram feitas centenas e centenas de imagens", destacou o perito José Rocha, especialista em audiovisual.

Rocha explicou que havia riscos para o trabalho dos peritos, e registrar a situação do prédio era fundamental, pois havia ameaça de colapso do prédio, dificultando ainda mais as análises.

Foi feita uma ortofoto com drone, uma imagem que sobrepõem, segundo o perito, mais de mil fotografias de alta resolução que permitiram preservar a imagem do museu logo após o incêndio.

Ainda segundo Rocha, algumas câmeras que estavam em funcionamento dentro do museu registraram a fumaça, o que permitiu aos peritos identificarem parte do trajeto percorrido por ela dentro do prédio. Foi este o ponto de partida para se chegar ao foco inicial das chamas.

Primeiro sinal de fumaça

Segundo Carlos Alberto Trindade, perito especialista em incêndio, o primeiro sinal de fumaça foi registrado pelas câmeras às 19h13 no segundo pavimento. Com a ajuda de outras imagens, foi possível perceber que a fumaça partia do andar térreo.

"O fogo começou no auditório e no pavimento térreo", afirmou Trindade.

Identificado o local onde teve início o fogo, cerca de 75% do prédio foi liberado para o resgate do acervo, reservando a área do auditório e suas adjacências para que os peritos continuassem investigando as causas do incêndio.

Todo o material do auditório foi retirado lentamente, para que fossem vasculhadas peças do acervo. Com o espaço vazio, os peritos identificaram toda a rede elétrica e equipamentos elétricos da área, foco principal da investigação até então.

Reportagem completa

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/04/04/policia-federal-divulga-laudo-de-incendio-que-destruiu-o-museu-nacional-no-rio.ghtml